Graziele Zwielewski
Psicóloga Cognitivo Comportamental
Quem já não contou uma “mentirinha”? Aprendemos a mentir
desde muito cedo através dos modelos de comportamentos das pessoas que convivemos. O pai que pede para o filho dizer que ele não está em
casa, para se livrar de um vizinho chato, está dando para o filho o exemplo de que
“mentir é aceitável”. A mentira é aprendida socialmente como parte do nosso dia
a dia, se tornando uma função social importante e muitas vezes são aceitáveis na nossa
cultura, sendo chamadas de mentiras brancas ou omissões.
As pessoas mentem para se esquivar de um problema,
para se engrandecer, conquistar coisas que julgam necessárias, os políticos mentem
para acalmar a população, etc. Já as pessoas que tem dificuldade para mentir,
são muitas vezes chamadas de “bobas”, “certinhas” e “causadoras de mal estar”, pois
por não conseguirem mentir tendem a falar suas opiniões e isso causa
desconforto aos que convivem com elas.
Mas quando a mentira passa a ser fundamental para a
pessoa comandar sua vida, ela passa a ser um problema, um distúrbio de
comportamento. Pode ser uma estrutura de Personalidade Histriônica ou Psicopática
(antissocial), mas também pode ser uma mentira devido a Quadro Demencial como o
Alzheimer. As mentiras do psicopata geralmente estão vinculadas com a tentativa
de manipulação, ele mente friamente olhando nos olhos e há a ausência de culpa
mesmo quando a mentira prejudica outras pessoas.
Já a mitomania é um distúrbio de
comportamento de pessoas que não conseguem conviver com a verdade, então recriam
seu mundo de forma própria através da mentira compulsiva e quanto mais ele
mente, mais refém fica da sua mentira. São pessoas geralmente narcisistas,
muito preocupadas com sua imagem e por não estarem satisfeitas com a realidade,
usam da estratégia compensatória de mentir para não precisar lidar com o real.